segunda-feira, 21 de abril de 2014


Ameaças das Espécies EXOTICAS Invasoras – promotoras da alteração da Biodiversidade (Arquipélago dos Açores)

O fenómeno de integração de espécies exóticas remonta ao século XV, época dos descobrimentos, com o início da movimentação de pessoas e mercadorias à escala global.

Devido a essa integração, no arquipélago dos Açores mais de 60% da flora vascular corresponde a espécies exóticas. Esta grande percentagem faz com que a região esteja susceptível a invasões biológicas devido à existência de um reduzido número de espécies naturais e autóctones, que leva a uma menor competição; à ausência de grandes herbívoros; à ausência de formicídeos, roedores, mamíferos, carnívoros, répteis, anfíbios e doenças; a dependência para a germinação e polinização; a reduzida intensidade e frequência de fogos; e à ausência de inimigos naturais generalistas.

No entanto, as espécies exóticas rapidamente se tornaram exóticas invasoras. Estas são, na Região Autónoma, uma das principais ameaças à biodiversidade atualmente, em particular dos habitais e espécies mais vulneráveis e com menor capacidade de adaptação.
 
O que fazer?

Perante este cenário, é importante controlar as espécies exóticas invasoras e para tal é imprescindível estabelecer-se estratégias de conservação e gestão sustentável dos recursos naturais.

Neste sentido, a erradicação e controlo de espécies invasoras são considerados componentes vitais à conservação, restauro e gestão de muitos ecossistemas nativos.

Por outro lado, um bom planeamento, com técnicas adequadas e esforços sustentáveis, permite erradicar muitos tipos de espécies invasoras, especialmente nas primeiras etapas de uma invasão ou quando uma população está confinada a uma ilha ou habitat limitado.

A nível regional o combate às espécies invasoras faz-se tendo como base um Plano do Governo Regional, o PRECEFIAS (Plano Regional de Erradicação e Controlo de Espécies de Flora Invasora em Áreas Sensíveis). Este plano tem como objetivo principal a eliminação de algumas espécies como: o incenso (Pittosporum undulatum), a conteira (Hedychium gardnerianum), o pica-rato, o gigante e a Leycesteria formosa, em zonas ambientalmente sensíveis.

Com este plano o Governo Regional pretende melhorar o estado de conservação dos habitats naturais e populações de espécies prioritárias; reduzir os efeitos das plantas invasoras; elaborar uma lista de espécies invasoras ou potencialmente invasoras e consciencializar para a problemática das espécies invasoras e da introdução de novas espécies de flora no arquipélago dos Açores.
 

Aqui fica um exemplo de uma das maiores infestantes no arquipélago dos Açores:
 
SIARAM _ Pittosporum undulatum (Incenso)
 
 

 
Bibliografia

CARDOSO, P., BORGES, P. A. V., COSTA, A. C., CUNHA, R. T., GABRIEL, R., MARINS, A. M. F., SILVA, L., HOMEM, N., MARTINS, M. RODRIGUES, P., MARTINS, B., MENDONÇA, E. (2008). A perspectiva arquipelágica: Açores. In: MARTIN, J. L., ARECHAVALETA, M., BORGES, P. A. V., FARIA, B. F. TOP 100. As cem espécies ameaçadas prioritárias em termos de gestão na região europeia biogeográfica da Macaronésia. Dirección General del Medio Natural, Gobierno de Canarias. pp.  421-445.

Proença, V. et al. (2009). Biodiversidade in "Ecossistemas e Bem-estar humano - Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment" Escolar Editora.

SIARAM: Infestantes. [Acedido a 17 de abril de 2014 em http://siaram.azores.gov.pt/flora/infestantes/_intro.html].

quinta-feira, 3 de abril de 2014


O Valor da Biodiversidade

Ecossistemas -  Zonas Húmidas

Resolvi publicar este Post para vos falar sobre um dos ecossistemas mais ricos e produtivos do mundo, em termos de biodiversidade, as zonas húmidas.

Estes sítios são classificados e enquadrados com os objetivos da Convenção Ramsar, desempenhando um papel importante ao nível hidrológico e, em particular, as lagoas por serem reservas estratégicas de água.

Estes Sítios têm inúmeras funções, como por exemplo o controlo de inundações, através da retenção de excesso de água e regulação o ciclo da água.

Além disso estes lugares também já são procurados para a prática do Ecoturismo, devido aos seus valores culturais e turísticos.

No entanto, as zonas húmidas são ecossistemas sensíveis e en­contram-se gravemente ameaçados a nível mundial, pela poluição, urbanização, turismo insustentável, entre outras atividades.

Face a isto torna-se necessário a proteção destes ecossistemas, com vista a salvaguardar este recurso hídrico tão necessário, a água.


Nos Açores existem 13 zonas húmidas, classificadas como sítios RAMSAR. Na Ilha de São Jorge existem dois Sítios Classificados: O Planalto Central e as Lagoas de Santo Cristo e dos Cubres.

 
SIARAM - Lagoa da Caldeira de Santo Cristo.