Ameaças das Espécies
EXOTICAS Invasoras – promotoras da alteração da Biodiversidade (Arquipélago dos Açores)
O
fenómeno de integração de espécies exóticas remonta ao século XV, época dos
descobrimentos, com o início da movimentação de pessoas e mercadorias à escala
global.
Devido
a essa integração, no arquipélago dos Açores mais de 60% da flora vascular
corresponde a espécies exóticas. Esta grande percentagem faz com que a região
esteja susceptível a invasões biológicas devido à existência de um reduzido
número de espécies naturais e autóctones, que leva a uma menor competição; à
ausência de grandes herbívoros; à ausência de formicídeos, roedores, mamíferos,
carnívoros, répteis, anfíbios e doenças; a dependência para a germinação e
polinização; a reduzida intensidade e frequência de fogos; e à ausência de
inimigos naturais generalistas.
No
entanto, as espécies exóticas rapidamente se tornaram exóticas invasoras. Estas
são, na Região Autónoma, uma das principais ameaças à biodiversidade atualmente,
em particular dos habitais e espécies mais vulneráveis e com menor capacidade
de adaptação.
O que fazer?
Perante
este cenário, é importante controlar as espécies exóticas invasoras e para tal
é imprescindível estabelecer-se estratégias de conservação e gestão sustentável
dos recursos naturais.
Neste
sentido, a erradicação e controlo de espécies invasoras são considerados
componentes vitais à conservação, restauro e gestão de muitos ecossistemas
nativos.
Por
outro lado, um bom planeamento, com técnicas adequadas e esforços sustentáveis,
permite erradicar muitos tipos de espécies invasoras, especialmente nas
primeiras etapas de uma invasão ou quando uma população está confinada a uma
ilha ou habitat limitado.
A
nível regional o combate às espécies invasoras faz-se tendo como base um Plano
do Governo Regional, o PRECEFIAS (Plano Regional de Erradicação e Controlo de
Espécies de Flora Invasora em Áreas Sensíveis). Este plano tem como objetivo
principal a eliminação de algumas espécies como: o incenso (Pittosporum
undulatum), a conteira (Hedychium gardnerianum), o pica-rato, o gigante e a
Leycesteria formosa, em zonas ambientalmente sensíveis.
Com
este plano o Governo Regional pretende melhorar o estado de conservação dos habitats
naturais e populações de espécies prioritárias; reduzir os efeitos das plantas
invasoras; elaborar uma lista de espécies invasoras ou potencialmente invasoras
e consciencializar para a problemática das espécies invasoras e da introdução
de novas espécies de flora no arquipélago dos Açores.
Aqui fica um exemplo de uma das maiores infestantes no arquipélago dos Açores:
SIARAM _ Pittosporum undulatum (Incenso)
Bibliografia
CARDOSO, P., BORGES, P. A. V., COSTA, A. C., CUNHA, R.
T., GABRIEL, R., MARINS, A. M. F., SILVA, L., HOMEM, N., MARTINS, M. RODRIGUES,
P., MARTINS, B., MENDONÇA, E. (2008). A perspectiva arquipelágica: Açores. In:
MARTIN, J. L., ARECHAVALETA, M., BORGES, P. A. V., FARIA, B. F. TOP 100. As cem
espécies ameaçadas prioritárias em termos de gestão na região europeia
biogeográfica da Macaronésia. Dirección General del Medio Natural, Gobierno de Canarias. pp. 421-445.
Proença, V. et al. (2009). Biodiversidade in "Ecossistemas e Bem-estar humano - Avaliação para
Portugal do Millennium Ecosystem Assessment" Escolar Editora.
SIARAM: Infestantes.
[Acedido a 17 de abril de
2014 em http://siaram.azores.gov.pt/flora/infestantes/_intro.html].
Olá Anabela
ResponderEliminarO Governo dos Açores já investiu mais de 1,5 milhões de euros desde 2004 em ações de erradicação de plantas invasoras no arquipélago. O Plano Regional de Erradicação e Controlo das Espécies de Flora Invasoras em Áreas Sensíveis (PRECEFIAS), permitiu uma intervenção em cerca de 500 hectares de áreas protegidas, constituindo-se como um projeto pioneiro no que se refere ao planeamento das ações de controlo de 27 espécies exóticas invasoras existentes nas áreas protegidas dos Açores.
Fabiana
Boa tarde Anabela e Fabiana
ResponderEliminarSem dúvida que o Governo Regional dos Açores, tem investido muito dinheiro na erradicação das espécies invasoras, mas é um investimento necessário.
Atualmente associado aos elevados índices de desemprego, o mesmo tem orientado programas de incentivo ao emprego nomeadamente (RECUPERAR), que vão de encontro as linhas de ação do PRECEFIAS.
Contudo, a falta de formação dos contratados, e a duração dos próprios programas, tornam a sua eficácia menos profícua, porque este tipo de ações requerem algum conhecimento e duração prolongada, para se ter uma avaliação correta, das técnicas e metodologias foram as mais adequadas.
Eu pessoalmente sou contra aos formatos do programa RECUPERAR, contudo estes apresentam alguma sensibilidade maior para que a sustentabilidade do ambiente, deve envolver todos os setores, ainda não são as melhores soluções, mas são um passo no caminho da sustentabilidade destes ecossistemas.
Maria
Anabela,
ResponderEliminarBoa contextualização que deste para a integração das espécies exóticas na Região Autónoma dos Açores. É interessante refletirmos a ligação e a linha que conduziu ao aparecimento e propagação de espécies invasoras na ilha. Isso mostra que cada vez mais é importante refletirmos e apostarmos em ações de sensibilização para a população em geral para se dar a conhecer as consequências nefastas que podem ocorrer por atos irrefletidos como transportar espécies nativas para locais novos. O que é bonito poderá tornar-se numa infestante num curto período de tempo e com consequências irremediáveis ou economicamente muito elevadas!
Olá Anabela, parabéns pelo blogue, eu como sou apaixonada pelos Açores, adorei.
ResponderEliminarRealmente as espécies exóticas invasoras são uma realidade no nosso país, continental e ilhas, e uma das grandes ameaças à biodiversidade nativa. Deixo-te um endereço de um guia de espécies invasoras, é impressionante a quantidade de espécies existentes.
www.abae.pt/programa/EE/documentacao/plantas_invasoras_em_Portugal_fichas_para_identificacao_e_controlo[1].pdf;
Até breve,
Cristina
Olá Anabela, estou a gostar muito de ler o teu blog. A linguagem é muito acessível e fala-nos das realidades na Ilha dos Açores que são completamente desconhecidas para mim. Fui uma vez aos Açores, a São Miguel e achei de uma beleza natural incrível. Gostei muito da explicação do porque das espécies invasores invadirem os espaços. Interessante como os ecossistemas funcionam, na falha de algumas espécies outras tomam de imediato o seu lugar formando um novo ecossistema. É um grande passo quando as autoridades estão atentas e tentam encontrar meios de combater o problema. É interessante também verificar que existem sistemas modernos que já contribuem, através de sistemas digitais, para a sua deteção como demonstra o artigo: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/10/cientistas-usam-o-google-street-view-para-combater-especies-invasoras.html
ResponderEliminarLuisa Borges